
16 mar O Gene da Magreza
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Como muitos suspeitam há tempos, parece mesmo que os dados genéticos estão a favor das pessoas magras quando se trata de permanecer magras – o verdadeiro gene da magreza.
Algumas pessoas parecem ser capazes de comer todos os hambúrgueres e batatas fritas e ainda sim permanecem com a mesma forma e peso por toda a vida.
O que dizem os especialistas
Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram que sim, essas pessoas têm uma vantagem genética sobre as pessoas acima do peso que vivem e comem da mesma maneira que eles.
O professor Sadaf Farooqi, do Instituto de Ciências Metabólicas Wellcome-MRC, recrutou 2.000 indivíduos saudáveis, mas magros.
O estudo chamado Stilts (Estudo em Indivíduos Magros) foi feito para descobrir se havia algo particular em suas vidas ou em seus genes.
Todos tinham um IMC menor que 18, que é tecnicamente abaixo do peso, mas eram saudáveis e não apresentavam transtorno alimentar.
O estudo, publicado na revista Plos Genetics, examinou o DNA de quase 1.600 pessoas com essas características e 2.000 pessoas que eram severamente obesas.
A comparação foi feita com outras 10.400 pessoas com peso normal.
A equipe encontrou variantes genéticas comuns já identificadas, desempenhando um papel na obesidade.
Além disso, encontraram novas regiões genéticas envolvidas na obesidade severa e algumas envolvidas na magreza saudável. Eles calcularam uma pontuação de risco genético a partir de suas descobertas.
O gene da magreza
“Descobrimos que pessoas obesas tinham uma pontuação de risco genético mais alta que as de peso normal, o que contribui para o risco de excesso de peso. ”, disse a Dra. Inês Barroso, cuja equipe do Instituto Wellcome Sanger realizou a análise genética.
As pessoas magras, por outro lado, tinham uma pontuação de risco genético muito menor.
Três em cada quatro deles vieram de famílias cujos membros também tendiam a ser magros e saudáveis.
“Esta pesquisa mostra pela primeira vez que pessoas magras e saudáveis são geralmente magras porque têm uma carga menor de genes que aumentam as chances de excesso de peso, quase um gene da magreza mesmo e não porque são moralmente superiores, como algumas pessoas gostam de sugerir”, disse Farooqi.
“É fácil julgar e criticar as pessoas por seu peso, mas a ciência mostra que as coisas são muito mais complexas. Temos muito menos controle sobre nosso peso do que poderíamos pensar. ”
Mas o ganho de peso é só culpa dos genes?
Outros cientistas no entanto, apontaram que os genes não eram a única resposta.
Tom Sanders, professor emérito de nutrição e dietética do King’s College London, disse:
“Este é um estudo importante e bem conduzido, confirmando que a obesidade grave precoce é freqüentemente determinada geneticamente.
O estudo mostra de forma convincente que aqueles que são muito magros são geneticamente diferentes do geral da população.”
Hábitos na infância
No entanto, a maior parte da obesidade é adquirida na vida adulta e está ligada ao ambiente obesogênico em que vivemos (um estilo de vida sedentário e acesso abundante a alimentos ricos em calorias).
Além disso, as diferenças genéticas são incapazes de explicar o grande aumento da prevalência de obesidade em crianças menores de seis anos.
Essas alterações estão sendo estudadas e podem ter sua origem ainda na gestação e na primeira infância, quando o apetite é “programado”.
Por isso é tão importante prestar atenção no que as crianças consomem e de que forma estamos moldando o paladar dos pequenos para evitar riscos de ganho de peso excessivo no futuro.
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